Grupo Engimov investe 5,6 milhões em Cuba

Empresa portuguesa vai ter uma construtora e construir cinco fábricas na zona especial de Mariel. No ano passado, faturou 40 milhões de euros, 25% dos quais em Portugal.

O grupo português do setor da construção Engimov vai investir 5,6 milhões de euros em Cuba, na zona especial de desenvolvimento de Mariel, onde terá uma construtora e cinco fábricas de materiais de construção. O investimento será feito através da Engimov Caribe, empresa criada para o efeito a 3 de fevereiro, depois de o governo cubano ter aprovado o projeto de investimento em janeiro.

“Somos a primeira empresa portuguesa aprovada em Mariel, a primeira empresa portuguesa industrial em Cuba e a primeira empresa ibérica – a segunda europeia – autorizada a construir em Cuba, de forma permanente”, explicou ao Jornal Económico o vice-presidente da empresa, Miguel Almeida.

O projeto prevê a construção de uma fábrica de pré-fabricados de betão, uma metalomecânica, uma fábrica de caixilharia de alumínio e uma carpintaria de madeira. O investimento estava previsto, inicialmente, para ser feito em três anos, mas dada a procura, o presidente da Engimov, Tomás Barbosa, estima que será antecipado e concluído em apenas dois anos.
A construtora começa a funcionar este ano e a central de betão também, para apoio ao negócio da construção. As restantes operações começarão a ser concretizadas no início de 2018. No final deste ano, a Engimov prevê ter 200 pessoas a trabalhar em Cuba, devendo cerca de 10% ser portugueses. Quando a produção de materiais de construção estiver concretizada, só estas operações empregarão 70 pessoas.

No plano inicial, o break-even – ponto de equilíbrio do negócio, em que a operação paga os custos – estava previsto ser atingido em cinco anos, mas Tomás Barbosa acredita que será antecipado.

O processo de entrada em Cuba durou dois anos e Miguel Almeida afirma que a sua aprovação ficou a dever-se, também, à visita de Estado do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Cuba em outubro de 2016, com a ideia de “aproveitar o bom ambiente que se vive” no arquipélago para criar oportunidades para as empresas portuguesas. “[O Presidente da República] foi inexcedível”, diz Miguel Almeida, referindo que Marcelo Rebelo de Sousa perguntou pelo projeto português às autoridades cubanas e que, “a partir daí, foi tudo mais rápido”. “Têm uma via verde [em Mariel] para o investimento estrangeiro. Numa manhã tratou-se de toda a documentação necessária”, explicou.
Por estar na zona especial de desenvolvimento, a empresa beneficiará de isenções fiscais durante dez anos. Por outro lado, a construtora só pode operar em Mariel ou no exterior do país; já as fábricas “podem vender os seus produtos para todo o país”.

Portugal, França e presença em África

O Grupo Engimov mantém a sua base em Portugal, mas fatura mais no exterior. O principal mercado será a França, onde detém a empresa MTC e faz também promoção imobiliária. Em África, a Engimov opera em Angola, Moçambique, Senegal e Congo, e, também, pontualmente, em Cabo Verde.

Tomás Barbosa disse ao Jornal Económico que a faturação em Portugal ascendeu a cerca de dez milhões de euros no ano passado, o que representará uma duplicação relativamente ao valor registado em 2015. Tratou-se de mercado de reabilitação, mas também de obras novas. “O Portugal 2020 trouxe novos projetos”, refere o presidente da empresa.
No entanto, este valor representa cerca de um quarto da faturação global do grupo, que foi de cerca de 40 milhões de euros em 2016.

fonte: http://www.jornaleconomico.sapo.pt

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